É uma ideia que existe na cabeça e não tem a menor pretensão de acontecer...

quinta-feira, junho 01, 2017



Quando os nós se transformam em imagens você quer fugir. Quer deixar em pensamentos aquilo que jamais pode dizer em voz alta, o que nasce e você deseja arduamente matar.
Amor é um sentimento sorrateiro, traiçoeiro, aparece quando não é bem vindo e se instala sem pedir permissão. É inverso, desproporcional, não respeita o tempo nem as regras.
Estar assim, tão a mercê e tão a deriva de um sentimento turvo é perigoso demais para meus receios infindáveis. Completamente suscetível sem nem mesmo saber se existe recíproca, se existe qualquer chance de se tornar mais do que fantasmas nos pensamentos.
Existe um fascínio em enfim respirar aliviado por ter encontrado o que tanto procurou, e saber por saber e saber novamente que são estes pares de olhos e nenhum outro. Que foi por eles que tudo teve que acontecer em cada detalhe. 
Como sobreviver ao que te arrebata? Ao desejo mais íntimo de somente sentir o calor de duas mãos entrelaçadas. O amor é ardiloso, escolhe alvos frágeis e atira sem piedade e não erra sua mira.
Sentimento ingrato, surge onde é indesejado por seus anfitriões e faz morada na alma que insiste em sentir-se incompleta. Não aceita ser alcançável, é vaidoso em suas histórias e cria mundos impossíveis, florestas escuras demais para serem vencidas.
E o que estava organizado se bagunça, o conserto se quebra e círculos viciosos parecem bons caminhos. Tudo de volta outra vez. 
Transforma o peito em alvo fácil. Mas aqueles olhos são irresistíveis, e o desejo de cuidar consome como a chama de um fogo que jamais deixa de queimar. Como lidar com um amor impossível, indesejado, mal-criado, incoerente?
Esse sentimento torto, que invade como uma onda e te leva como a ressaca de um mar de outono.

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